Sobre determinação e coragem

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cliffs of Moher (Irlanda)
Às vezes temos a sensação que vivemos em um filme. Mas não daqueles repletos de ação hollywoodiana e atrizes que beiram à divindade. No “nosso filme”, o enredo costuma ser desgastado pelo dia-a-dia, com um roteiro pouco elaborado e nossa atuação bem apagada. Sendo extremista, parece que a vida está gravada num VHS. Tudo muito comum, sem grandes efeitos especiais. O desestimulo vem a cada novo diretor e a cada novo script. Diferente de outros “atores”, o nosso agente de viagem Jackson Medtler decidiu dirigir sua própria vida e tornar sua atuação mais notável.
Dublin Temple Bar
Após 4 anos trabalhando como gerente de departamento pessoal e RH em uma empresa alimentícia na cidade Ivoti (RS), Jackson se sentia desanimado com o trabalho, e como disse: “Queria ampliar meus horizontes!”. Com o apoio de uma parceira de trabalho, o gaúcho foi incentivado a fazer um intercâmbio e acabou por optar a Irlanda como destino, principalmente pela facilidade de se conseguir o visto. Se matriculou em um curso de inglês, terminou o primeiro nível e, corajosamente, largou emprego e todo o resto para seguir rumo a Dublin, em 2008. “Chegando lá, como não tinha praticamente nada da língua, foi bastante impactante, porque eu não conseguia entender muita coisa”. No começo obteve ajuda da sua host family e de outros brasileiros para conhecer a cidade e realizar algumas atividades, como abrir conta em banco e comprar celular.
Killiney (Dublin)
A grande complicação foi realmente a falta de domínio na língua inglesa. “Fiquei meio desesperado pela tal impotência que estava tendo diante das situações mais simples, como ir numa loja e fazer compras, pedir informações, etc... Mas esse desespero também me ajudou...”. Foi aí que Jackson somou a coragem e a determinação, dedicando-se mais aos estudos da língua, procurando botar em prática o máximo possível. Foi o tempo de começar a procurar emprego também, andando 3 horas por dia e entregando currículo de porta em porta, o que resultou num grande ponto positivo: o ex-intercambista conhecia Dublin como ninguém. Com o tempo, foi sendo chamado para entrevistas de emprego, mas aí complicou de novo. Jackson não entendia o que os entrevistadores perguntavam, e ficava sem responder. Então, back to the studies!
Festa do trabalho
Certo dia recebeu uma ligação, e foi chamado para trabalhar como kitchen porter (lavador de pratos) no Segrass Restaurant. No início ele confessa que foi difícil a se comunicar com diferentes sotaques de inglês, uma vez que tinha colegas de várias partes do mundo: Itália, Hungria, Republica Tcheca, Polônia, Romênia, Coreia do Sul, China e, é claro, da Irlanda, mas no intervalo do emprego sempre estudava mais. O contato com inglês foi maior, então as coisas começaram a melhorar. “Todos sempre foram muito gente boa comigo. Saíamos após o trabalho para alguns pubs e baladas, e não existia o preconceito que às vezes temos aqui no Brasil com pessoas que tem um trabalho mais simples”. Jackson trabalhou 8 meses no restaurante, e faltando 1 mês e meio para a volta ao Brasil, ele decidiu pedir demissão, botar uma mochila nas costas e viajar. Esse foi um dos maiores prêmios, pois além de conhecer outros países, tudo aquilo tinha um gosto de vitória que foi conquistada pelo próprio esforço.
Londres (Inglaterra)
Sozinho, conheceu Londres, Edimburgo, Belfast, Paris, Amsterdam, Bruxelas... A dificuldade com a língua já era passado. “Até arriscava a dar informações sobre alguns locais”. Sobre o que aprendeu no intercâmbio, Jackson resume tudo em uma palavra que abrange claramente todos os sentidos da experiência: APRENDIZADO! Aprender a lidar com situações complicadas; aprender a dar valor à pequenas coisas; aprender a ser humilde; aprender a respeitar as diferenças. “Amizades feitas, viagens, bagagem cultural que temos viajando em cidades históricas, conhecendo museus, vivenciando muita coisa que aprendemos em sala de aula... realmente não tem preço!”.
Hoje, aos 26 anos, mesmo sem nunca ter trabalhado no ramo de turismo, Jackson está na Conexão Irlanda há dois meses. “A equipe em si é muito boa para trabalhar (...), somos tipo uma família!”.
Paris (França)
Corra atrás dos seus sonhos e entre em contato com o Jackson, adicione o MSN conexaoirlanda1@hotmail.com e converse com ele, que tem experiência no assunto intercâmbio!
Siga a Conexão Irlanda no Twitter: @Conexao_Irlanda


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